Entre 1992 e 1993, tive acesso para fotografar o cotidiano de uma usina de produção de açúcar e álcool na zona da mata de Alagoas que completava 100 anos. As imagens retratam uma realidade social inalterada desde então. Não é uma história recente. Ela está sendo escrita há quase meio milênio, desde 1534, quando o conquistador português lançou as primeiras mudas de cana-de-açúcar sobre o solo fértil de uma terra coberta de florestas.
Ao longo de seis meses produzi uma extensa documentação que resultou em um acervo único de 356 filmes negativos de 36 poses em preto e branco – aproximadamente 12.800 fotogramas – que aborda desde o plantio da cana-de-açúcar, aplicação de agrotóxico e adubação, corte da cana, condições de moradia, saúde e educação, acidentes de trabalho, a produção do açúcar e álcool na indústria e o cotidiano dos canavieiros.