Sempre houve em mim uma inquietação: se a essência da vida de todas as plantas era a mesma que a minha, o que nos separava? Foi caminhando pelos Arredores de meu corpo e do espaço que ocupo nesse mundo que senti a força vital da natureza e a importância da sua existência. A transformação, o movimento, a evanescência que também me atravessam continuamente, fizeram-me entender que é imprescindível cuidar, proteger, me reintegrar a esse mundo chamado natural do qual fui afastada pela cultura. Eu quis sentir, tocar, me enraizar. Brinquei de ser árvore, de ser planta, e descobri que todas somos uma coisa só, integrada. Com isso, proponho outra forma de habitar o mundo, pensando nas relações entre natureza e cultura ao abusar da pose, das roupas. Por outro lado, discuto a integração entre nós quando oblitero meu rosto nas imagens. Eu sou parte do todo, não sou uma coisa e a natureza outra.