2023

Desde 2023, mergulho na cena drag e ballroom do Rio de Janeiro para construir um arquivo vivo de resistência e invenção. O que me move não é apenas o palco, mas o que pulsa por trás dele: camarins cheios de cola de peruca, glitter no chão, silêncios que precedem o grito. É nesse intervalo , entre a montação e o fim da paerformance que encontro as histórias que me interessam.
Eu acompanho o calor do improviso, a intimidade do corpo que se fabrica, o instante em que uma drag apaga a maquiagem e deixa surgir outra persona, tão real quanto a que brilhou sob os refletores. Cada clique é um convite a ver como essas artistas transformam rejeição em coreografia, precariedade em luxo, invisibilidade em presença.
Fotografar drags é, para mim, um gesto político e profundamente afetivo. É um modo de dançar junto com quem insiste em existir, criando beleza onde o mundo insiste em negar espaço. Meu trabalho é estar ali, no meio, para que essa memória não se perca e continue a desafiar quem olha.














