Tem-se por temática o isolamento humano derivado da fragilidade do corpo e a consequente perda de mobilidade. Tal isolamento é perceptível nos corpos envelhecidos e frágeis dos idosos. Todavia, atualmente esse isolamento e confinamento se estende a todo corpo social, refém de um vírus (COVID-19) que paralisa e confina milhões/bilhões em seus espaços de moradia.
As janelas de suas moradias tornam-se seu acesso ao mundo, um mundo visto através de filtros de dor. Tais filtragens, nas imagens apresentadas, se dão a partir de imagens radiográficas de corpos expostos em seu avesso (sobre paisagens), revelando a matéria frágil de que somos feitos. Com o COVID-19 tornamo-nos corpos passivos e aterrorizados por um mal invisível, presos à moldura de uma janela. Espectros de dor e morte espreitam cada movimento para fora dessa moldura.
A fuga do medo e do caos torna-se impossível, mesmos nos sonhos e em viagens imaginárias, o espectro do medo e da morte se faz constante.