Passei toda infância na comunidade Limoeiro, no pequeno município de Canaã, MG. Foi nesta área rural, lugar de origem da família de minha mãe, que decidi permanecer maior parte da pandemia. Documento desde então um isolamento social extremo no campo e a solidão dos meus avós centenários. Pela TV ou freneticamente pelo celular, chegam as temidas notícias sobre a expansão do contágio, mas é também onde eles tem contato com a religiosidade e com esse mundo externo que trás para eles medo e angústia, únicos elementos a quebrar a forte relação orgânica entre vida e
finitude. Apesar da fragilidade do fim da vida, é aí onde encontro a força.