Pouco antes da pandemia, me mudei para um sítio no meio do mato. Nessa nova morada nasceu “Memória de Camafeu”, um inventário de bichos mortos, plantas murchas e objetos esquecidos pelos cantos da casa. Não sei de quem são, os antigos donos deixaram aqui. Um velho colar, um terço, parte de uma chave, grampos enferrujados, miudezas anacrônicas sem utilidades para ninguém. Ao fotografar esses objetos, imaginei histórias dos seus possíveis donos e criei uma poética. São vestígios de histórias e memórias inventadas. Lidam com esse tempo de perdas e angústia.