No norte do Brasil, uma Amazônia à margem das ilustrações folclóricas e da cultura ancestral. Altares reluzentes e fumaças sinérgicas se espalham pelo universo sedutor das periferias de Belém do Pará, dando forma ao cenário de excessos onipresente nas festas de tecnobrega. Ritmos regionais e caribenhos de fundem a ruídos eletrônicos acelerados que ecoam como vibrações sonoras cósmicas, enquanto as aparelhagens de som são comandadas por identidades isoladas nos subúrbios da exuberância natural. Longe das perspectivas do mercado tradicional belenense, o verdadeiro tecnobrega movimenta-se como uma espaçonave percorrendo o submundo de corpos e realidades quase sempre desprezados pela elite paraense, protagonizando um legítimo estilo de vida comandado pela clandestina resistência dos sonidos latino-americanos.