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O olhar sensível e crítico de Agnes Varda

Parte de seu imenso arquivo imagético é apresentado na exposição “Fotografia AGNÈS VARDA Cinema”, coorganizada pelo IMS

Simonetta Persichetti
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Apresentação da peça Papa Bon Dieu, de Louis Sapin, dirigida por Michel Vitold e interpretada pela Compagnie des Griots. Teatro da Aliança Francesa, Paris, janeiro de 1958. © Espólio Agnès Varda

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O olhar sensível de Agnès Varda

Por Simonetta Persichetti

 

Conhecida por seus filmes com tomadas lentas e reflexivas. Agnès Varda (1928-2019), foi uma das pioneiras da Nouvelle Vague, um movimento que defendia a liberdade de ação e a experimentação. Criadora de uma obra documental e crítica sobre a sociedade,  muitas  vezes voltada ao feminismo, poucos a conhecem como fotógrafa. 

Formada em Literatura e Psicologia logo abandonou a vida acadêmica e voltou seu interesse para a fotografia que, aliás, nunca abandonou. Memorável seu encontro com o artista JR que resultou no documentário “Visages Villages”, em 2017, onde a fotografia é protagonista.

Agnès Varda começou a fotografar na década de 1940. Andou pela China, em Cuba e nos EUA registrou os Panteras Negras, movimento social afro-americano fundado em 1966. Há ainda fotos feitas em Paris, como as de uma peça encenada pelos Griôs, primeira companhia de teatro negro na cidade.

Parte deste imenso arquivo imagético é apresentado na exposição “Fotografia AGNÈS VARDA Cinema”, coorganizada pelo IMS – Instituto Moreira Salles, o Institut pour la photographie des Hauts-de-France e o Ciné-Tamaris, a mostra é realizada no âmbito da Temporada França-Brasil 2025. A curadoria é assinada por Rosalie Varda, diretora do Ciné-Tamaris e filha da cineasta, e João Fernandes, diretor artístico do IMS, com assistência de Horrana de Kássia Santoz, curadora vinculada à diretoria artística do IMS.

São 200 imagens que criam uma relação entre a obra cinematográfica e as fotografias tiradas por Varda.

Uma das curiosidades da mostra é um painel de retratos onde a autora aparece segurando vários tipos de câmeras. Uma maneira de apresentar diversos momentos da vida da cineasta, mostrando como a experimentação de linguagens e de diferentes técnicas esteve presente em sua carreira. Na transição da virada do analógico para o digital, inclusive, rapidamente aderiu ao novo formato, defendendo que, por serem pequenas e leves, as câmeras digitais ajudavam a captar a espontaneidade.

Um mergulho na sutileza e na força das imagens que Varda escolheu como sua linguagem e como forma de legado do mundo que conheceu e explorou.

 

SERVIÇO

Exposição: Fotografia AGNÈS VARDA Cinema

Abertura: 29 de novembro, 10h

Visitação: até 12 de abril de 2026

IMS Paulista: 6o andar

Endereço: Avenida Paulista, 2424 (São Paulo/SP)

Entrada gratuita

SimonettaPersichetti
Simonetta Persichetti
São Paulo – SP
Curadora  Jornalista  Professora
@simonettapersichetti