Terras e Travessias
Esta edição é dedicada à imagem-natureza.
As histórias precisam ser contadas e percebidas. As imagens geram memórias de um lugar e de um povo, cada corpo é uma jornada. Apresentamos um diálogo entre o fotojornalismo, a fotografia documental, crítica e poética como sentimento que gera reflexão.
Em texto especial para a revista, Marina Silva, Ministra do Meio Ambiente, lembra que alguns povos originários, resistiam ao serem fotografados, mas a atual geração descobriu que as imagens, quando feitas por eles, podem revelar e libertar a força de suas almas, afirmando sua identidade, cultura e autonomia.
Sempre há uma voz a ser ouvida e um rosto ou uma terra a ser fotografada. Foi assim que Paula Sampaio encontrou a Transamazônica e descobriu que é nas estradas que ela renova seus sonhos, faz planos e tem encontros, relata a artista em conversa com a jornalista Simonetta Persichetti.
Isis Medeiros viu o Brasil de 2013 em chamas e se entendeu como comunicadora popular das demandas sociais. Em 2015, o mundo viu a cidade de Mariana ser soterrada e depois, em 2018, foi a vez de Brumadinho. Para Isis, cada foto é uma morte e retornar a elas confirma o que já se perdeu.
Em 2015 o mundo viu a cidade de Mariana ser soterrada pela lama e depois, em 2018, foi a vez de Brumadinho. Para ela, cada foto é uma morte e retornar a elas confirma o que já se perdeu.
Fotojornalistas e documentaristas vivem diante da dor das outras pessoas, da fauna e da flora, como vemos em algumas das imagens de Amanda Perobelli, que entre coberturas da atualidade se dedica às tragédias climáticas e crises ambientais.
A representação da liberdade nas revoadas de Graciela Iturbe fazem da sua fotografia experiências vividas e sonhadas. Suas imagens passam pela dor, festas e silêncios. Olhou com muita potência para as mulheres, comunidades indígenas, populações desfavorecidas e para lugares não comuns, uma história pautada em visibilizar as pessoas através do seu ponto de vista diferenciado pela sua empatia.
Georgia Quintas apresenta Nunca Enganaremos, de Paula Pedrosa, e nos leva a enxergar as frestas, para então olhar o abismo que existia além das pedras e suas fendas. Imagens não estão necessariamente no mundo para provar algum contexto, estão também no mundo como possibilidade de alcançar a consciência de quem as observa.
Em Vestígios, Luciana Whitaker fotografa durante caminhadas pela Tijuca, e cria ensaio de uma floresta em movimento que esconde ruínas e retoma seu espaço natural. Como os povos originários, a floresta quer retomar ao seu território. Uma conexão que pode ser vista no ensaio Árvore de Palavra de Roberta Guimarães.
Como disse a Karla Martins, viver coletivamente, como árvores, como floresta, protegendo uns aos outros, é a melhor maneira de ter esperança e acreditar de verdade, em dias melhores para o mundo.
A revista é produzida por editoras, curadoras, pesquisadoras, entre outras atividades, e apresenta trabalhos de mulheres da imagem e fotografes, reforçando a representatividade em toda a cadeia produtiva da fotografia e do fazer editorial e cultural.
Formato 25 x 35 cm, papel Pólen Bold 90g, 64 páginas.
Obrigada por fortalecer o projeto Mulheres Luz, um manifesto de afeto, um movimento em rede 💛
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